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Gralha Azul Expedições / Jogos de Aventura e Natureza

Atualizado: 30 de out. de 2019

Relato por Fernanda



Largamos na bike às 9 horas para uma perna de 13 km até o sítio do Pau Oco, base pra entrada da trilha que leva ao Salto Fortuna. Nesse AT pegamos as coordenadas para os PC’s 1 e 2 que estavam dentro do rio.

Não foi fácil fazer o canyoning com a correnteza forte em muitos pontos, minha sorte é que o Norberto é grande e me ajudava a atravessar. O PC 1 não foi problema, todas as equipes pegaram rápido e continuaram a subir o rio atrás do PC 2. Achei ter visto o PC, fiz todo mundo atravessar o rio mas era só uma mancha em um tronco, acontece com quem não enxerga muito bem. Subimos o rio todo e nada do PC, bora descer o rio e procurar novamente. Algumas equipes desceram pelo rio, outras fazendo vara mato pra tentar achar antes mas ninguém encontrava. Me apoiei em um tronco podre que partiu no meio e caiu na cabeça do Gambá (desculpa Gambá!), importância do capacete full time aí. O PC 2 era uma placa em um tronco embaixo de uma pedra, mas como a placa foi levada pela correnteza isso gerou dúvida nas equipes. Acabou que todos fizeram a foto nesse ponto e seguiram para o Salto Fortuna pegar o PC 3.



De volta pro AT, pegamos a bike novamente pra mais 30 km. Praticamente só estradão, tínhamos que pegar 3 PC’s nesse trecho. Pedalamos junto com a Guartelá, aqui sofri bastante pra acompanhar o Norberto e eles, estava com muito enjôo, sorte que o Paulinho achou um atalho e ganhamos aí uns 4 km.

Fim da bike na entrada pra Porto de Cima, ali seguimos para um trekking até o Salto dos Macacos com 3 PC’s obrigatórios na trilha. Subimos numa caminhada rápida, aproveitamos pra comer e voltar a vida. Tudo meio embolado na ida, KRAFT e Chauá correndo na frente, Paulinho caminhando num pace de 5’ com a Dê do lado saltitando pra acompanhar…e os 4 patos mais atrás (eu, Norberto, Gambá e Nego). Entramos na trilha lá pelas 3 da tarde, com o céu nublado dentro da mata já estava meio escuro e isso ia dificultar pra achar os PC’s se demorássemos muito pra subir. Como não precisava ser na ordem, decidimos pegar na ida pra não ter dor de cabeça na volta. A trilha foi um espetáculo a parte, vimos macacos, uma jararaca passou na minha frente (tive um pequeno infarto mas seguimos) e a vista final lá em cima compensou todo o perrengue. Descemos a trilha correndo pra tentar abrir uma vantagem pros nossos adversários e chegar no AT antes de escurecer.



Fizemos uma transição rápida e partimos para uma remada de uns 25 km no rio Nhundiaquara. O remo foi mais rápido do que esperávamos, apenas um PC bônus pra pegar no caminho subindo um braço de rio. No final do remo tivemos um pouco de dúvida porque o escuro nos desorientava e as margens pareciam ter várias saídas, quando vimos as luzes do iate clube deu um alívio de estar na direção certa e próximo do AT.

No AT descobrimos que nossos adversários pegaram o corte, aí demos uma relaxada. A Chauá chegou logo depois de nós e seguimos juntos pro último trekking da prova, uma perna de 15 km com o PC 9, o mais difícil. O quarteto da Chauá resolveu correr e nós dois seguimos caminhando, eu não tinha condições de correr, esqueci a meia pra trocar depois do trekking e estava com os pés e os dedos bem doloridos do atrito com a areia.



Entramos no antigo trilho do trem, peguei o mapa extra pra ocupar a cabeça e esquecer as dores e fomos com bastante atenção pra achar a trilha para o PC 9. Navegação perfeita do Norberto (eu só dei pitaco errado), passamos por banhados, charcos, trilha no meio de reflorestamento de eucalipto com uma zona de troncos cortados pra todo canto. Chegamos no ponto chave do PC e encontramos a Chauá, ficamos ali um bom tempo procurando e nada. A Guartelá chegou, Paulinho e Dê acharam de primeira e tiraram todo mundo do limbo. A prova seguiu assim: eu e o Norberto voltamos pelos trilhos andando cada vez mais devagar por causa dos meus pés, Guartelá também fez o mesmo caminho mas sumiu na frente e a Chauá pegou outra trilha para o PC 10. Uma da manhã, minha cabeça já estava em Nárnia olhando para aqueles trilhos que não acabavam nunca, comecei a ouvir vozes, achei que era assombração mas era a Chauá que saiu sabe-se lá de onde e passou pela gente correndo atrás da Guartelá.

O PC 10 foi tranquilo de achar, o 11 (útimo PC), tivemos que atravessar um pasto com búfalos, coisa tranquila.



Todos os PC’s encontrados, agora só ir pra chegada né Heitor? Que trilha do demônio foi essa, não achávamos a saída pra estrada de jeito nenhum, tentamos vários pontos e nada. Eu já estava me resignando a achar um canto, dormir e tentar de novo quando amanhecesse. Por fim, vimos que em um ponto as copas das árvores estavam mais afastadas, varamos mato num espinheiro e achamos a estrada, cheios de arranhões mas felizes de não ter que passar mais tempo na mata.

Terminamos com quase 19 horas de prova, levamos seis horas e meia pra fazer os 15 km do último trekking.

Muito cansados mas super contentes com o resultado!

Foi minha primeira Gralha concluída sem cortes, obrigada pelo convite e parceria Norberto e Audrey.

Obrigada Dê, Paulinho, Nego e Gambá… foi muito divertida essa prova, boa parte por causa de vocês.

Realmente, gralha só termina quando acaba.


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